A Mundifios, através de uma sua participada, a Inovafil, está a instalar uma fiação completamente nova nas instalações da TMG, onde anteriormente operava uma das fiações deste grupo. Joaquim Fernandes explica as razões que conduziram a este novo projeto e revela as metas fixadas para ambas as empresas que dirige.
Quais são os objetivos definidos para a nova unidade de fiação?
Será uma unidade dedicada ao apoio do sector têxtil no desenvolvimento de novos produtos alicerçados num serviço de proximidade e qualidade.
Quando deverá iniciar a produção?
A nova fiação deverá arrancar já no início de 2015 e o processo de recrutamento está em curso.
Desde 2011 que a Mundifios alterou o seu modelo de negócio, com o investimento na área produtiva. Que balanço faz dessa mudança de estratégia?
O mercado português passou por grandes alterações nos últimos anos, sentindo-se uma redução das quantidades e um aumento da gama de artigos comercializados. Nesse sentido, não estando nos planos da Mundifios avançar para a produção, foram criadas estruturas independentes dedicadas à produção ou transformação de fios, como a Inovafil e a Avefios. Também apostamos na subcontratação de empresas com quem estabelecemos relações de parceria.
Ter fios “made in Portugal” é uma maisvalia para a empresa nos mercados externos?
Ter fios “made in Portugal” é uma mais-valia para mercados que ainda dão algum valor ao rótulo “made in Europe”. Quanto aos restantes mercados, a mais-valia faz-se pelo lado da qualidade e competitividade do produto. Vivemos num mercado global, em que a ideia de que os países com quem concorremos fazem um produto de inferior qualidade está ultrapassada.
A Mundifios está a apostar forte na internacionalização, tendo participado este ano num elevado número de feiras. Que resultados daí advieram?
A internacionalização é um pilar da estratégia de crescimento da Mundifios e estamos satisfeitos com os resultados. Assumimos já uma posição de referência em alguns mercados onde iniciamos o processo de implementação mais cedo e estamos numa posição embrionária em mercados mais recentes.
Qual tem sido a recetividade ao portefólio de produtos da empresa nesses países?
Na sua generalidade os produtos comercializados pela Mundifios adequam-se aos diferentes mercados em que nos inserimos já que não sentimos uma grande diferença no que diz respeito ao tipo de artigos que se consomem fora do mercado português.
Qual é atualmente a quota de exportação da Mundifios?
Neste momento, a Mundifios faz 30% do volume total de negócios nos mercados internacionais.
Quantas pessoas trabalham atualmente na empresa?
Neste momento contamos com 28 colaboradores.
A Mundifios integra o consórcio da Mozambique Cotton Manufacturers. Que vantagens gera este projeto para a empresa?
O projeto de Moçambique resulta de um investimento financeiro feito pela Mundifios numa lógica de diversificação geográfica. Enquanto acionista da MCM, a Mundifios espera poder retirar benefícios futuros a título de remuneração de capital.
Que balanço faz provisoriamente do ano em curso?
Foi um ano especialmente difícil, já que a crise internacional que se abate sobre a Europa afeta a confiança dos consumidores e a ameaça de deflação com que nos deparamos poderá condicionar ainda mais as decisões de compra, podendo levar à queda contínua dos preços, o que, invariavelmente, afeta economias mais débeis como o caso da portuguesa.
Que volume de negócios espera atingir no final de 2014?
O nosso volume de faturação será cerca de 70 milhões de euros, o que representa um crescimento de cerca de 2% face ao ano anterior.
Jornal Téxtil - Novembro de 14