Cones com amostras de fios de todas as cores dão vida à sede da Mundifios, empresa vimaranense fundada em 1985, que hoje ostenta o título de maior trader ibérico de fios têxteis. Em 2013, foi considerada a terceira melhor empresa têxtil em Portugal e, em 2014 – o melhor ano dos últimos 11 em termos de exportações da indústria têxtil e vestuário nacional –, o volume de faturação da Mundifios rondou os 70 milhões de euros, destinando-se 30% das vendas aos mercados externos, com destaque para a Europa e a América Latina. No ano em que comemora o seu 30.º aniversário, a empresa administrada por Joaquim Fernandes vê inaugurada uma nova fiação, ambicionando simultaneamente consolidar o seu volume de vendas e a sua presença nos mercados internacionais.
Foi em 1985 que a Mundifios nasceu em Guimarães como uma pequena empresa familiar de comercialização de fios têxteis com apenas três colaboradores e um capital social de 500 mil euros. Três décadas depois, a Mundifios conta com 40 colaboradores e «transformou-se no maior trader ibérico de fios têxteis», assegura Joaquim Fernandes, administrador da empresa dedicada à comercialização de fios regulares e à produção de fios especiais para o setor do vestuário, têxteis-lar, têxteis técnicos e funcionais. Integrando um setor que atravessou sérias complicações nos últimos anos em Portugal, a Mundifios vende hoje, em média, 2000 toneladas de fio por mês. «Existe uma repercussão do setor têxtil à custa das empresas que conseguiram sobreviver, que estão agora a ficar mais fortes, mais modernas e mais internacionais», entende o responsável. No que toca ao negócio que dirige, foi em 2006 que deu os primeiros passos na sua internacionalização. Hoje, as exportações da Mundifios representam cerca de 30% das suas vendas, destinando-se sobretudo à Europa e à América Latina. Joaquim Fernandes reconhece que «o made in Portugal é, sem dúvida, uma mais-valia» além-fronteiras, nomeando a Índia, a China e o Paquistão entre os principais concorrentes nos mercados onde opera. Também a fábrica Mozambique Cotton Manufacturers, inaugurada no ano passado em Marracuene – detida pela Mundifios e as suas congéneres portuguesas Mundotêxtil e Crispim Abreu (85% divididos em partes iguais) e pela moçambicana Intelec Holdings (15%) – comprova que a atual visão da empresa vimaranense é indissociável da sua estratégia de diversificação geográfica. Se a Mundifios se centrava essencialmente na comercialização de fios têxteis, a partir de 2011 tem vindo a diversificar o seu modelo de negócio através do investimento na área produtiva. Conta, desde o início deste ano, com uma nova fiação em Famalicão, cujo investimento se ficou a dever «à identificação de uma oportunidade de colmatar a falha de oferta de fios de valor acrescentado », partilha Joaquim Fernandes. A faturação da Mundifios rondou, em 2014, os 70 milhões de euros, o que representou um crescimento de cerca de 2% face a 2013. «Em 2015 esperamos consolidar o volume de vendas», conclui o administrador.